Por definição, o puerpério é o “período que decorre desde o parto até que os órgãos genitais e o estado geral da mulher voltem às condições anteriores à gestação”. Mas quem já viveu ou presenciou este período da maternidade sabe que é muito mais que isso. Vem que eu vou te explicar um pouco sobre esta fase tão intensa que segue o nascimento do bebê.
Começando pelo fato de que existem dois tipos de puerpério: o físico e o emocional.


Puerpério Físico
Começa a partir do momento que a interação hormonal entre mãe e bebê é interrompida e termina quando a mulher volta a ter ciclos menstruais. Ou seja, quando ela volta a ovular. Assim que o bebê nasce, a mulher mantém uma barriga saliente por um tempo (não, a barriga não some imediatamente). Há o surgimento dos “lóquios”, secreção que sai do útero, que se assemelha à menstruação no começo e vai se modificando com o tempo até parar.

ATENÇÃO: Se a quantidade for muito grande e houver um sangramento volumoso quando o que se esperava era que diminuísse, é importante procurar o médico o quanto antes. Também não é normal que eles tenham um cheiro forte. É normal sentir dores abdominais, musculares e na região do períneo, mesmo que tenha tido um parto normal. E, caso o nascimento tenha acontecido por cesariana, é comum que a mulher não consiga levantar o corpo ou que ela ande um pouco arqueada.


Porém, é importante lembrar que cada mulher é única e vai reagir ao processo do parto ou a uma cirurgia de maneira bem diferente.

Cuidados necessários
Primeiro de tudo, durante o puerpério, a mulher não deve se sobrecarregar fisicamente. Este é o primeiro passo para a recuperação.Nesta fase, a hidratação e uma boa alimentação são essenciais para a recuperação física da mulher. Além disso, o cuidado com a higiene íntima precisa ser redobrado. No caso de um parto normal, é importante lavar e secar bem a região do períneo. E em caso de cesariana, a indicação é lavar normalmente a região dos pontos. As mamas não devem ficar abafadas e, em caso de empedramento do leite, é necessário fazer a ordenha para evitar complicações. Se estas complicações surgirem, acione a consultora em aleitamento materno.

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Puerpério Emocional
Ele marca o início da separação mãe-bebê, ou seja, é quando acontece a quebra daquela imagem do bebê idealizado e o encontro com o bebê real. É um período que costuma durar por volta de 2 anos. Ou seja, ele abraça a fase em que bebê começa a adquirir uma autonomia maior, terminando a simbiose que ele tinha com a mãe. Neste processo, a mulher começa a viver um luto por tudo o que um dia ela foi para poder abrir espaço para seu nascimento como mãe. E todas essas emoções que permeiam o puerpério têm muito da questão hormonal envolvida, afinal, a placenta – responsável por regular os hormônios durante a gestação – vai embora assim que o bebê nasce.

Entre as atitudes mais comuns observadas na mãe durante o puerpério, estão:

•       Negação de todos os sentimentos;
•       Exacerbação dos sentimentos e uma tendência a não querer sair desse lugar (que, em determinado grau, pode levar a uma depressão pós-parto);
•       Aproveitamento da oportunidade para obter autoconhecimento e usar a experiência a favor.

O ideal seria que todas conseguissem aproveitar as dores e os sabores do puerpério para se reestruturar, aceitar esse novo corpo, essa nova mulher que nasce junto com cada bebê. Infelizmente por falta de conhecimento, autoconhecimento, apoio e tempo muitas acabam se “perdendo” neste período.


O papel da doula no puerpério
Como profissional qualificada, a doula pode ter um impacto positivo para que a mulher tenha um puerpério mais tranquilo. Entre as ações que ela pode adotar, estão:
– Estar disponível para uma conversa, para ajudar, para orientar familiares, etc;
– Reforçar que a mulher não precisa dar conta de tudo sozinha;
– Identificar e respeitar os limites da mulher;
– Promover uma rede de apoio;
– Oferecer serviços de doula pós-parto;
– Estar atenta aos sentimentos da mulher.


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