Artigo elaborado pela aluna Eliana Izabel da Silva Cepolini

A amamentação é um ato político e de resistência. Não é apenas biológico, mas é histórico, social e psicologicamente delineado. Cultura, tabus e crenças são um fator determinante para a sua execução. O empoderamento da mãe e da rede de apoio é que poderá traduzir se foi um ciclo desafiador ou não e sua permanência até dois anos ou mais.

Assim a amamentação é um ciclo com começo, meio e fim. O desmame é o término, recheado de tabus que ao longo da construção da nossa sociedade foram repassados de uma geração a outra. Evitar falar do desmame não contribui para que o evento aconteça de forma tranquila para ambos, ou seja, o evento acontecerá de forma natural ou conduzido. O desmame é um processo fisiológico para a maioria dos seres vivos, sendo condicionado por fatores genéticos e instintivos.

Esse processo para a vida humana é complexo, pois envolve ajustes nutricionais ,microbiológicos e psicológicos. Dessa forma, ele pode ocorrer de forma muito particular para diferentes díades mãe-bebê. Logo esse processo pode ser agrupado em três categorias básicas, como, desmame precoce, gentil e natural (UNICEF, 2021).
Assim como o sucesso da amamentação por até dois anos ou mais, gerando saúde física e emocional para ambos, vínculo e afetividade, o desmane também precisa acontecer de forma respeitosa para ambos. É possível? Na maioria dos casos sim, impedidos aqueles de emergência de saúde, ausência materna prolongada ou perda. E por que falar em respeito para ambos? Porque é o rompimento e o amadurecimento da dupla, regado de emoções e contradições. Estratégias como a remoção gentil e o método Gordon são recomendadas para o desmame gradual e gentil.
Trata-se de um ciclo natural da vida, portanto a melhor ferramenta para finalizá-lo respeitosamente é a informação e o empoderamento de que somos capazes!
Todo final importa! Seja com respeito!

Eliana Izabel da Silva Cepolini

Mãe, Fisioterapeuta, Bióloga, e Consultora de amamentação em formação

@elianaizabelcepolini

Referência:

Machado. J. P. F. Formas de desmame do aleitamento materno: revisão de literatura. Uberlândia, 2021. Universidade federal de Uberlândia Faculdade de Odontologia. Disponível em: < https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/32995?locale=es>. Acesso em 20 de julho de 2021.

Aguiar. A. C., Kalil. I. R. Aquilo que a amamentação retira e o desmame restaura: relatos maternos sobre tensionamentos e materiais de comunicação e informação em saúde. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde, Rio de Janeiro, v. 15, n. 3, p. 597-613, jul.-set. 2021. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1342680. Acesso em 20 de julho de 2021.