Artigo elaborado pela aluna Karine Silva Borges

Não há como negar que o leite materno é o melhor alimento que o bebê pode receber no início da vida, ele contribui para o fortalecimento do sistema imunológico e ainda reforça o vínculo afetivo entre mãe e filho. E os benefícios se estendem para as lactantes, já que a prática previne o câncer de mama e de ovário, diminui o risco de fraturas por osteoporose e perda de ferro. Mas apesar de todas as vantagens, nem sempre as mulheres conseguem levar adiante a amamentação muitas vezes a falta de uma rede apoio é um dos pontos que interferem nessa questão.

Mas como as pessoas que estão ao redor da nova mãe podem ajuda-la nesse momento tão importante e desafiador?

Diferente do que algumas pessoas ainda acreditam, o pai é fundamental no processo do aleitamento materno. Ele pode participar de várias maneiras, mas a principal delas é estando do lado da mãe para oferecer todo o apoio necessário durante as mamadas. O pai pode assumir os cuidados com o bebê nas trocas de fraldas, nos banhos, e colocá-lo para dormir. Além disso o pai deve ficar de olho na alimentação da mãe, que muitas vezes está tão focada na amamentação que acaba não ingerindo os nutrientes necessários. Vale lembrar que o ambiente calmo é essencial para o êxito da prática. O stress materno pode bloquear a produção de leite, a mãe pode até estar em um ambiente movimentado mas não estressante.

É extremamente importante que a família e amigos apoiem a mãe, proporcionando uma situação favorável para que ela consiga amamentar de forma tranquila, eles podem ajudar nos afazeres domésticos para que ela possa amamentar seu filho com calma. Na hora de dar ao peito ao bebê, a mãe deve escolher o lugar que se sentir melhor, a mulher tem que estar bem, segura e ter percepção de que deve amamentar a integração toda dela e do bebê.

Desta forma, o apoio reflete-se no enlace de fios provenientes das redes, em que a dádiva transita de forma perene, colaborando para o desenvolvimento da autonomia e para a responsabilização dos sujeitos em relação ao seu autocuidado. Considerando os nós rotineiros que surgem nesse emaranhado de fios, podemos perceber que os mesmos são desatados devido ao compartilhamento de saberes e vivências. Ressalta-se a importância de os profissionais de saúde conhecerem as redes sociais locais de apoio ao AM durante o pré-natal, de forma que estimulem e valorizem a participação dessa rede em programas e ações de incentivo à amamentação, fortalecendo o seu processo. O apoio da família nuclear, de amigos, vizinhos e profissionais de saúde durante o período de amamentação é imprescindível, podendo configurar-se como um determinante na adesão e na manutenção da amamentação.

Constatou-se, durante um estudo, a valorização dos contextos nos quais as nutrizes estavam inseridas, de maneira que os saberes foram valorizados e partilhados de forma segura, evitando gerar dúvidas e incertezas na prática do Aleitamento Materno. Todas as mães envolvidas na pesquisa-ação conseguiram finalizar o período de amamentação exclusiva da criança aos seis primeiros meses de vida.

É evidente que o profissional de saúde, aproximando-se do usuário, fortalece os laços sociais entre ambos, fazendo emergir, na troca de dádivas, a força necessária para sustentar a prática consciente e esclarecida do Aleitamento Materno.

Karine Silva Borges

Aluna do Curso de Formação de Consultora em Aleitamento Materno

@karinesvaborges