Mesmo com tanta informação sendo veiculada pelas redes sociais e pela mídia, as pessoas ainda se confundem com o que seria o Parto Humanizado.
Muitas ainda pensam que é o parto domiciliar, outras que é o parto na água, quando não acontece uma confusão total de pensarem que o parto humanizado é o que não tem assistência nenhuma. Mas calma, chega aqui que vamos esclarecer isso tudo.
Primeiro senta, que vem um pouco de história:
A assistência ao parto, hoje em dia, ainda tem o foco muito centrado no atendimento hospitalar e na figura do médico. Ou seja, a maioria dos partos acontecem em hospitais e quem decide tudo é o médico.
Mas, nem sempre foi assim, foi todo um processo para que as coisas ficassem como estão, no entanto é essa a nossa realidade atual. Esse tipo de assistência ajudou a diminuir mortes maternas e neonatais, mas por outro lado tirou toda a autonomia das mulheres para decidirem sobre como queriam dar à luz.
Isso infelizmente fez com que o parto saísse de um processo pessoal, social e biológico para um processo apenas biológico, e pelo fato de ser um algo que envolve dor e duas vidas por muitos anos a medicina trabalhou para diminuir o tempo e facilitar o trabalho de parto.
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Os avanços foram significativos, porém não ao ponto de chegar a taxas ótimas de morbimortalidade materna e neonatal. O tratamento que as mulheres recebem nesse tipo de assistência não é dos mais gentis.
Ficar sem comer, receber lavagem intestinal, ficar sem sair da cama e ser obrigada a parir com as pernas em estribos são práticas que ainda são comuns e que não respeitam em nada a dignidade e a individualidade das mulheres.
Não é de se admirar que com isso elas buscaram uma alternativa: a cesariana. Por qual motivo eu vou ficar “sofrendo” em um parto normal, sendo que eu posso fazer uma cesariana rápida e indolor? Não faz sentido?
Para mim, faz. O problema é que a cesariana coloca tanto a mãe quanto o bebê em um risco maior de sofrer complicações. Com o passar do tempo as mulheres e alguns profissionais começaram a se questionar se realmente o parto totalmente medicalizado e a cesariana seriam as únicas opções.
E iniciou-se um resgate pelo atendimento centrado no protagonismo da mulher durante o parto. E com isso novas pesquisas foram feitas, e quanto mais se estuda sobre parto, mais se chega à conclusão que devemos intervir apenas quando necessário.
Surge então um novo modelo de assistência ao parto que deve ser pautado em 3 pilares:
1. Protagonismo da mulher
2. Assistência baseada nas melhores evidências científicas
3. Atendimento com equipe transdisciplinar
E basicamente com esses três fatores nós resumimos o que é um Parto Humanizado. Para que ele aconteça esses três fatores DEVEM estar presentes. Alguns exemplos:
Se o médico respeita a mulher no parto, não faz intervenções sem base científica, mas não permite a doula que a mulher escolheu: o parto não é humanizado.
Se a equipe que atende parto domiciliar não tem um hospital de referência para transferir a mulher em caso de necessidade, ou se ela atende pacientes de alto risco (com diabetes gestacional por exemplo) em casa: o parto não é humanizado.
Se a doula indica procedimentos (mesmo que naturais) sem base científica para a gestante: não é parto humanizado.
Se o hospital tem banheira, quarto de parto, suíte com estrelinhas no teto, mas não permite a entrada do acompanhante de escolha da mulher: o parto não é humanizado.
A partir daí, tendo os 3 pilares a mulher consegue exercer o protagonismo e as escolhas com segurança. Ela pode ter o parto em casa, ou no hospital, na água, numa cama ou em pé, ela pode pedir analgesia ou não, ela pode precisar ou não de uma cesariana, com a certeza que está tendo um atendimento humanizado.
Ainda ficou com alguma dúvida em relação às características de um parto humanizado? Deixe seu contato e nossa secretária, a Tina, irá entrar em contato para bater um papo e esclarecer todas as suas dúvidas!