Você deve estar se perguntando: “Como assim humanizar o aleitamento materno? Não tem nada mais humano que amamentar.” Realmente, amamentar é humano. Mas, por que ainda exige tantos obstáculos para o aleitamento materno?
Para muitas mulheres, a amamentação é considerada um sonho, um objetivo dentro da maternidade. Mas, ela também envolve inúmeras transformações, tanto no âmbito corporal, quanto emocional. Ela gera uma crise situacional decorrente da mudança de papel social, necessidade de novas adaptações, reajustes interpessoais e intrapsíquicos e mudança de identidade. Não é uma chave que você vira de uma hora para outra. É um período de transição. E existem uma série de fatores que podem interferir neste processo.
Muitas pessoas acreditam que a amamentação depende somente de instinto. Mas, não é bem assim. Amamentar é um ato fortemente influenciado pela vivência da mãe na sociedade. Por isso, é necessário levar em consideração o contexto cultural (relações, costumes, valores, etc) da mulher e sua família. Ao somar a vulnerabilidade do momento da mulher ao contexto cultural que ela vive, fica claro que sua decisão de amamentar ou não será influenciada pelos fatores ao seu redor.
A lactação é influenciada por diferentes condições e processos, como; experiências anteriores, estado emocional, apoio de profissionais de saúde, mitos e crenças, quanto como fonte de incentivo/apoio.
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Relacionamento e amamentação
E como se não bastasse toda a pressão cultural, a mulher ainda precisa lidar com outros obstáculos como a visão sexualizada que a sociedade ainda carrega sobre a amamentação, a falta de acolhimento da lactante no ambiente de trabalho, a imposição da indústria das fórmulas e bicos artificiais, etc.
Então, como tratar a amamentação de forma mais humanizada? Com algumas ações simples, porém significativas, como:
- Oferecendo apoio, empatia e gentileza a lactantes;
- Naturalizando a amamentação em ambientes públicos;
- Oferecendo apoio e estrutura para que mulheres possam amamentar ao mesmo tempo que retomam suas carreiras profissionais após o parto;
- Evitando incentivar o desmame da mãe e do bebê;
- Respeitando as escolhas da mulher, sem julgamentos.