Mulheres que passaram por cirurgia da mama podem amamentar normalmente!
Após o parto, a mulher precisa produzir leite suficiente para suprir as demandas imunológicas e nutricionais do bebê. Além dos fatores psicológicos, emocionais e culturais, um aspecto que influencia diretamente nessa produção é a estrutura mamária da mulher.
Essa estrutura – formada por mamilo e aréola, tecido mamário, tecido conjuntivo de suporte e gordura, vasos sanguíneos e linfáticos e nervos – precisa estar íntegra para permitir a produção e excreção de leite.
É aí que a avaliação das mamas se torna uma ação fundamental, pois é nesse momento que a consultora em aleitamento materno poderá verificar qual será o nível de assistência que a mulher exigirá na amamentação. E uma das características que definem essa necessidade é a cicatriz de cirurgia da mama.
Esse tipo de cirurgia gera uma série de dúvidas em mulheres que desejam amamentar seus filhos: se isso vai prejudicar a capacidade de amamentar e se o silicone fará mal para o bebê, por exemplo.
Vamos ver como esse tipo de intervenção influência no aleitamento materno?
Leia também:
Vamos conversar? Vem saber mais sobre gestação, parto e AM!
Leite materno, alimento poderoso!
Implante de prótese de silicone
O implante de próteses de silicone é a cirurgia mais realizada no Brasil. Nesse tipo de cirurgia as próteses são implantadas sempre abaixo do tecido glandular mamário e para isso, existem três tipos de técnicas: inserção pelo sulco mamário (por baixo da mama), pelas axilas ou pela aréola. Neste último caso, a inserção pode seccionar os ductos mamários durante a operação e isso pode gerar a alteração tanto na produção quanto na condução do leite.
A prótese pode causar dor ao amamentar?
Pelo fato da prótese dividir espaço com as glândulas mamárias, reduzindo seu espaço para expansão, isso pode causar dor mamária, principalmente no período de descida do leite (apojadura). Mas é uma dor temporária e pode ser reduzida ao realizar a sustentação das mamas para melhorar a circulação.
O silicone do implante é prejudicial para o bebê?
Estudos demonstram que não existem diferenças significativas entre a dosagem de silicone no leite materno das mulheres com próteses de silicone e das mulheres sem próteses de silicone. Quer um exemplo mais claro? O leite de vaca ou leite em pó que apresentam níveis de silicone 10 vezes maiores que o leite materno das mulheres que possuem implantes de silicone.
Então mulheres podem amamentar mesmo tendo implantes de silicone?
Sim! Mulheres que possuem próteses de silicone nas mamas podem e devem amamentar. Com a ajuda de uma consultora em aleitamento materno, é indicado fazer controle e acompanhamento da prótese na gestação e na lactação, de acordo com as orientações do cirurgião plástico.
Mamoplastia redutora
É uma cirurgia que pode ser realizada por estética e para tratar a hipertrofia mamária. Existem várias técnicas para esse tipo de procedimento, no entanto a maioria delas envolve retirar grande parte da glândula mamária. Por isso, o aleitamento materno será possível de acordo com a quantidade de tecido glandular mamário restante e a cicatrização interna das glândulas para produção e condução do leite.
Existe possibilidade da produção de leite sem drenagem, ou seja, os ductos ficam obstruídos impedindo a condução do leite, o que pode causar ingurgitamento, galactocele ou mastite.
De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), cerca de 50% das mulheres que realizaram a mamoplastia redutora não tentam amamentar por serem desencorajadas por profissionais de saúde, e apenas 20 a cada 100 das mulheres que passaram pelo procedimento realmente não conseguem amamentar.
Para preservar a fisiologia da amamentação, qualquer intervenção cirúrgica da mama precisa manter a integridade dos ductos e vias coletoras e a permeabilidade dos seios e mamilos. Outro ponto importante é que a cirurgia potencializa a insegurança de mulheres para amamentar.
Por conta disso, todas as mulheres submetidas à mamoplastia redutora ou outras cirurgias devem ser orientadas sobre possíveis dificuldades no aleitamento materno e as maneiras de superá-las, além de serem encorajadas a tentar amamentar.
Referência: Curso de Formação de Consultoras em Aleitamento da UniMaterna