A força de trabalho feminina atual no mercado de trabalho é a menor em 30 anos.
A pandemia prejudicou muita gente e, como não conseguimos prever quando ela vai acabar, a tendência é que os desafios se mantenham por um tempo, seguido por um período de retomada e recuperação financeira e emocional. A crise impacta a todos, mas você já parou para ver o que aconteceu com a presença das mulheres no mercado de trabalho nos últimos meses?
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a força de trabalho feminina atual no mercado de trabalho é a menor em 30 anos. A participação das mulheres caiu 7% somente no período entre abril de junho de 2020. E, como você já deve imaginar, a maior queda na participação no mercado de trabalho foi entre as mulheres que têm filhos pequenos, de até dez anos.
A pesquisa Women in Workplace (traduzido como Mulheres no Ambiente de Trabalho), realizada nos Estados Unidos, indica que 1 em cada 3 mulheres devem reduzir a carga horária ou até abandonar o trabalho por conta da sobrecarga causada pela pandemia. Afinal, neste período que estamos vivendo, as mulheres – principalmente as mães – estão com uma carga ainda maior de responsabilidade sobre a casa e os filhos.
Das entrevistadas para o estudo, 76% das mulheres com filhos com menos de 10 anos de idade disseram que a falta de cuidado infantil (creches, etc) estão entre os três maiores desafios durante a pandemia da Covid-19. E como se não bastasse o aumento das responsabilidades em casa, as mulheres que são mães também se preocupam com o julgamento no ambiente de trabalho. Afinal, existe uma falsa percepção de que as mães – em relação a pessoas que não possuem filhos – não são capazes de se dedicar igualmente ao trabalho e à família. De acordo com o estudo, desde que a crise do Covid-19 começou, mulheres que são mães se preocupam 2x mais do que homens que são pais, sobre sua performance profissional ser julgada devido às responsabilidades domésticas. E tem mais:
– 29% das mulheres se sentem desconfortáveis em compartilhar os desafios de conciliar a vida pessoal e o trabalho, enquanto apenas 19% dos homens sentem o mesmo desconforto;
– E mais que o dobro das mulheres no ambiente de trabalho não se sentem confortáveis e acolhidas em compartilharem que possuem filhos.
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E como algumas empresas estão oferecendo apoio para evitar este cenário?As empresas que decidiram tomar uma atitude para auxiliar suas colaboradoras durante este momento, estão atuando em quatro pontos principais:
– Para necessidades familiares: auxílio no cuidado infantil e nos desafios do homeschooling;
– Para reduzir o burnout: adaptação das expectativas de produtividade durante a crise, planos de avaliação de performance específicos para o momento de crise;
– Para a saúde mental e bem-estar: comprometimento com a saúde mental e bem-estar de seus funcionários e fornecimento de informações sobre serviços prestados pela empresa para manutenção da saúde mental;
– Para o controle da ansiedade financeira: Informações sobre a situação financeira da empresa, sobre planos de pagamentos durante a crise e esclarecimento sobre necessidades de demissões.
E para mulheres que não recebem apoio de suas empresas? Se você faz parte dessa porcentagem de mulheres que precisaram abrir mão de suas posições em empresas para poder absorver as demandas em casa, talvez seja o momento para você começar a pensar em empreender. E se você já tinha os planos de tocar o seu próprio negócio, essa pode ser sua oportunidade para tirar o sonho do papel e se tornar uma empreendedora materna.
Não, o empreendedorismo materna não é “mais tranquilo”. Longe disso. Ele é desafiador e exige esforço e energia, assim como qualquer outro trabalho. Empreender e maternar ao mesmo tempo é árduo, mas a proximidade com seus filhos e a possibilidade de vê-los se desenvolvendo de perto é altamente compensador.
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