Se tem uma coisa que nós gostamos por aqui, é de desvendar mitos do universo materno-infantil. É comum encontrar uma série de mitos sobre amamentação, gestação e parto. Mas, hoje vamos falar sobre alguns mitos que rodeiam a profissão das doulas e consultoras em aleitamento materno. 

Mitos podem parecer inofensivos, mas na verdade, eles são uma forma de disseminação de desinformação e, em um determinado nível, podem prejudicar outras pessoas. Então, sempre que ouvir qualquer mito (incluindo esses que traremos aqui), seja uma boa materna e colabore para impedir que ele se espalhe, ok? Então, vamos lá!

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Para ser doula, basta gostar de parto

NÃAAAO. Não basta gostar de parto. Ser doula envolve preparo teórico, prático e emocional. Antes de tudo, uma pessoa que deseja se tornar doula precisa buscar um curso de formação de qualidade que ofereça as informações e evidências científicas que servirão de base para a atuação. Ah, e não basta concluir o curso e pegar o diploma. É necessário absorver o conhecimento.

Depois da teoria, vem a prática. Seja por meio de estágios ou auxiliando outras doulas, a experiência prática é essencial para entrar em contato com situações diferentes (afinal, cada gestação é uma gestação, cada parto é um parto, cada puerpério é um puerpério, e por aí vai…) e desenvolver autoconfiança e outras capacidades necessárias para a atuação. Também é importante lembrar que, mesmo depois de começar a atuar como doula, você precisa continuar investindo no aprofundamento e atualização de seus conhecimentos. Ou seja, a doula nunca para de estudar.

Além de tudo isso, é importante ter um bom preparo emocional, por vários motivos: para ser rede de apoio, para agir com empatia e sem julgamentos, para enfrentar o estresse da rotina (ou falta dela) de trabalho, para se preparar para lidar com situações desafiadoras.

Doulas e consultoras em amamentação precisam ser profissionais da saúde

Se ganhássemos 1 centavo a cada vez que ouvimos isso…Não, você não precisa ser uma profissional da saúde (enfermeira, fisioterapeuta, etc) para se tornar uma doula ou uma consultora em aleitamento materno. Para estas duas funções existem cursos específicos, dessa forma, doulas e consultoras recebem a capacitação necessária para suas respectivas atividades. 

Se você ouve, por exemplo, alguém dizendo que a doula precisa ser da área da saúde para poder realizar o exame do toque, fique atenta! Esse não é o papel da doula. Ou, se você ouve alguém dizer que a consultora em aleitamento precisa ser da área da saúde para poder tratar uma mastite, não preciso nem falar, não é? Esse não é o papel dessa profissional também. Estas profissionais estão aqui para apoiar, orientar e encaminhar para outros profissionais especialistas quando necessário.

Para ser uma boa consultora em aleitamento materno é preciso ter teta e/ou já ter amamentado

A consultoria em aleitamento materno não é uma atuação exclusiva para mulheres. Homens também podem ser consultores. E se você acha que não podem, seria a mesma coisa que falar que homens não podem ser ginecologistas. E, se você é mulher, o fato de ter amamentado não é um requisito para a profissão. 

Assim como acontece na formação das doulas, as pessoas que pretendem se tornar consultoras em aleitamento materno recebem todo o conhecimento teórico e prático para a atividade. Elas passam a entender sobre a fisiologia da amamentação, sobre a pega correta, sobre sinais de atenção manifestados durante o período de aleitamento, sobre possíveis desafios, entre outra série de fatores. O que vai fazer de alguém um bom consultor em aleitamento materno é a dedicação à sua profissão.

Boas profissionais da área materno-infantil precisam ter filhos e serem casadas

Primeira coisa: seu estado civil não vai influenciar diretamente a qualidade do serviço que você presta. Então, não. Não precisa ser casada para ser doula ou consultora em aleitamento materno. 

Segunda coisa: claro que a experiência empírica vai te ajudar a empatizar com suas clientes, mas isso não é um requisito, afinal, como sempre gostamos de frisar, cada experiência é única. Ou seja, o trabalho de uma doula ou consultora não é projetar suas experiências pessoais em suas clientes, e sim, ser fonte de informação qualificada para ajudá-las a superarem seus desafios pessoais na maternidade. Outra concepção errada que as pessoas costumam ter é que, só porque uma mulher trabalha na área materno-infantil, ela deseja ter filhos. E não, esse nem sempre é o caso. 

Apesar de serem os mais comuns, estes não são os únicos mitos sobre a profissão das doulas e consultoras em aleitamento materno que rodam por aí. Sempre que ouvir alguma informação, pesquise e busque confirmá-la e tome cuidado para não se deixar levar por inverdades. 

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