Um bate papo sobre carreira em aleitamento materno
A enfermeira Maria Celestina, chefe do Banco de Leite do Complexo Hospital de Clínicas da UFPR, em Curitiba, é uma profissional na área materno-infantil de referência no Estado do Paraná. Com participação na 4ª edição do livro “Amamentação: Bases científicas”, lançado no final de 2016, ela mantém sua certificação IBLCE desde 1998 (ano de estreia da prova no Brasil). O Certificado de Consultora Internacional em Aleitamento Materno (IBCLC, sigla em inglês), é conferido pelo Conselho Internacional de Examinadores de Consultores de Lactação (IBLCE, sigla também em inglês), desde 1985.
Para o mês do Agosto Dourado, nós temos o privilégio de entrevistá-la e tê-la conosco em todos os cursos de Coaching e Aleitamento como professora. Abaixo, compartilhamos com vocês, na íntegra, nosso bate-papo sobre carreira e aleitamento materno, confira:
unimaterna – Como você começou sua carreira de Consultoria em Aleitamento Materno?
Celestina – Eu comecei trabalhando com amamentação em 1991, em Curitiba, depois de uma pós-graduação e uma pesquisa que fiz com mães que amamentavam no hospital. Com isso, eu tive a oportunidade de Coordenar o Banco de Leite Humano do Hospital da Universidade, onde atuo até atualmente. Com o tempo, nós fizemos melhorias no espaço e no serviços e, além de banco de leite, nós criamos um ambiente para servir de apoio e aprendizagem à amamentação para as mães. A maior parte destes atendimentos eram dedicados às mães de bebê prematuro, pois acontecia do bebê ficar internado, e enquanto isso nós apoiávamos e ajudávamos esta mãe a ordenhar seu leite materno. Assim, este banco de leite materno cresceu bastante na década de 90. Em 1998, eu fiz minha primeira prova para obter o Certificado Internacional IBLCE – em Porto Alegre, uma oportunidade inédita para o Brasil, naquela ocasião. Inclusive, eu me lembro que havia pouca literatura científica, livros e informação sobre o aleitamento materno. O que me ajudou bastante neste processo foi minha experiência prática sobre o assunto. Desde 1991, eu tenho trabalhado no Hospital das clínicas da UFPR e, atualmente, consigo dividir minha rotina com cursos e atendimentos à domicílio.
unimaterna – Quais dificuldades uma consultora em aleitamento materno pode se deparar?
Celestina – Hoje em dia eu percebo que há, basicamente, duas dificuldades para esta carreira, sendo 1) falta de parceria entre os profissionais da saúde com uma consultora especializada em amamentação para encaminhar a mãe que está precisando de ajuda para amamentar o bebê. 2) falta de divulgação sobre este serviço em hospitais e maternidades, seja através de cartaz ou outras ações.
unimaterna – Como são as provas e a renovação do certificado de IBCLC?
Celestina – Então, para a certificação IBCLC a primeira etapa não é propriamente uma prova, é uma seleção com base em análise de documentos. A pessoa interessada deverá preencher vários formulários e comprovar sua experiência em relação a quantidade de atendimentos e carga horária já trabalhada. Para quem está atuando em ambulatório e hospitais, esta etapa de dados comprobatórios de experiência prática é um pouco mais facilitada. A pessoa deverá comprovar também uma quantidade mínima de horas dedicadas a cursos, estudos e pesquisas. Outras questões também são analisadas, como idoneidade psicológica, moral…
Se esta pessoa for aprovada, daí sim ela fará a prova escrita que acontece somente uma vez por ano em todos os países onde há o IBCLC, no idioma de cada país. A prova geralmente contém mais de 100 questões, e algumas delas é relacionada a análise de fotos. No geral, esta prova possui conteúdo bastante abrangente, relacionado a fisiologias, patologias, farmacologia, infectologia, antropologia, exigindo bastante estudo! E, de 5 em 5 anos, este consultor internacional que desejar se manter atualizado com o certificado é submetido a nova apresentação de currículo e a novas provas.
unimaterna – Como uma mãe pode se beneficiar de uma consultoria em aleitamento materno?
Celestina – As consultoras dedicam algumas horas para a mãe, avaliando a mama e o bebê, mas a consultora irá além disso. Ela também vai observar o estado emocional da mãe e da família porque sabe que isso influencia na amamentação e nos cuidados com o bebê. A consultora orienta sobre como a família pode apoiar a mãe durante a amamentação. Um dos principais benefícios da consultoria em aleitamento materno (além da própria amamentação) é que a consultora consegue enxergar o contexto na qual cada mãe está, e às vezes, a necessidade daquela mãe vai além da técnica de sucção do bebê. Atender uma mãe e um bebê numa situação sensibilizada exige muita competência e empatia, por isso uma consultora é tão importante!
dica unimaterna!
Quando a mãe está precisando de uma ajuda profissional com o aleitamento materno, é importante que ela recorra a um consultor certificado, que se destacará pela experiência e conhecimento para ajudar esta mãe da melhor forma possível. A relação de todos os consultores de amamentação certificados pelo IBLCE (Internacional Board Lactation Consultant Examiners) pode ser acessada aqui, no site Aleitamento.
você sabia?!
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